A primeira coisa que nos veio a cabeça foi procurar o vizinho do imóvel, para que então pudéssemos oferecer-lhe a compra do imóvel
Fernando Torbay Gorayeb | Foto Mauro Marques
O ano era 2017, estava eu nessas andanças pelo Brasil, na busca de vender uma fazenda no estado do Mato Grosso, através da nossa empresa Florão da Terra, especializada no ramo de compra e venda de imóveis rurais.
A primeira coisa que nos veio a cabeça foi procurar o vizinho do imóvel, para que então pudéssemos oferecer-lhe a compra do imóvel. Fomos até a cidade de Rondonópolis, nos dirigimos até a casa daquele fazendeiro, um senhor já de idade, muito bem sucedido, calejado pelos anos e pela labuta da atividade agropecuária, nos recebeu atenciosamente, muito afável, e quando lhe oferecemos aquele imóvel para aquisição, utilizamos como argumento aquilo que parece o mais óbvio.
Ora, o imóvel é confrontante ao seu, faz divisa de cerca, o negócio é muito interessante, “o senhor não acha?”. Quando soltamos essa linha de atuação, recebemos uma resposta que nos deixou um tanto quanto intrigantes: “Vizinho não acaba nunca. Se eu comprar este imóvel, amanhã vou ter um vizinho, depois vou ter outro vizinho e assim sucessivamente.”
Encerramos a conversa, ofertei aquele imóvel e ele não deu tanta atenção, quis valorizar, desvalorizando. O fato é que, dentro de uma semana, efetivamos a venda daquele imóvel, uma bela fazenda. E passado uns 10 a 15 dias, esse senhor me liga, com a seguinte indagação: “Porque você não insistiu com o negócio para mim?” “Por que você não me oportunizou, não me deu a chance de fazer uma proposta?”
E eu disse para ele: “Olha, assim como vizinho não acaba nunca, gente que procura terra para comprar também não acaba nunca. Conseguimos um outro investidor, a fazenda foi vendida acima do preço que era pleiteado pelos vendedores e a conclusão que podemos chegar é que o que mais confronta com esse enganoso entendimento “de que vizinho não acaba nunca” é de que “a quem aplica em terra nunca erra”.
O agronegócio brasileiro vem passando por um momento muito delicado. Na qualidade de Advogado/Sócio da Gorayeb Advocacia e da empresa Florão da Terra, temos sentido diariamente as dores pelas quais o produtor rural tem passado em todo o Brasil e esse jargão “Quem aplica em terra nunca erra” ainda prevalece.
Aqueles que investiram em terra, aqueles que investem e aqueles que procuram uma produção, podem ter certeza, ter a plena convicção de que o agronegócio dará a volta por cima. O agronegócio sairá fortalecido, pois o Brasil é o celeiro do mundo. Este país que hoje representa a pujança da produção de alimento não vai ficar nessa situação periclitante, nesse marasmo, nessa água morna, “Quem aplica em terra nunca erra”.
Com toda a certeza, aqueles que se adentrarem no mercado do agronegócio serão surpreendidos pela força e pelo poder que o produtor rural tem, de passar pelas crises, passar pelos momentos de maiores dificuldades econômicas e sair lá na frente, demonstrando que terra sempre foi e sempre será um grande negócio. Por isso, quando você for adentrar no mercado imobiliário e for adquirir uma propriedade rural, tenha sempre uma boa consultoria, uma boa assessoria Técnica, Jurídica, Ambiental, Agronômica, para que possa então lhe trazer segurança na formatação deste negócio.
Fernando Torbay Gorayeb é advogado do Agronegócio
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