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Foto do escritorSerifa Comunicação

Vida longa e sociedade - Representações e diversidade podem trazer equilíbrio e felicidade

Geni Costa | Fotos Divulgação

Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e a Organização das Nações Unidas (ONU) mostram que o envelhecimento populacional no mundo e no Brasil alcançará cifras recordes, nunca, nem de perto, vistas na história da humanidade. O país soma, atualmente, 15,8% de pessoas com 60 anos ou + de idade e a tendência é aumentar aceleradamente esses números.

Por certo, estamos vivenciando uma verdadeira revolução da expectativa de vida e da longevidade. Sabemos que, apesar da previsibilidade, o Brasil não está suficientemente preparado para responder aos direitos e necessidades das pessoas de mais idade.

Em 2040, 57% da força de trabalho no Brasil será composta por profissionais acima de 45 anos. Em 2100 atingiremos 3,1 bilhões de pessoas com 60+. Seremos muitos a conduzir todas as frentes políticas, educacionais, culturais e sociais do país.

Esses números apontam a necessidade de olharmos para a velhice, de modo mais positivo e real, valorizando as vantagens que esse período da vida traz para todos, seja por conta da maior experiência de vida que carrega, seja pela forma resiliente de conduzir sua história e a das pessoas ao seu redor.

A idade não deve e não pode ser considerada um obstáculo – discriminação etária – ETARISMO.

Quando falamos em ETARISMO, o preconceito contra a idade das pessoas, em qualquer ambiente ou fase da vida, parece que nem sempre está próximo de nós. Enganam-se as pessoas que pensam assim. Todos envelhecerão, caso o ciclo de vida não seja interrompido antes. E, portanto, poderemos ter que nos sujeitar às mesmas consequências de um preconceito equivocado e sem precedentes.

Na realidade do mercado de trabalho, nenhum público sofre mais com o preconceito etário quanto aquele formado por profissionais maduros, em especial, as mulheres. Se insistirmos nessa visão estereotipada, incorreremos no risco de levar as pessoas a um sofrimento desnecessário. Essas, portanto, sendo afastadas do convívio social, poderão desenvolver doenças emocionais, quadros depressivos, sentimentos de inutilidade.

Nesse sentido, é preciso refletir e debater sobre o assunto, antes de negá-lo. Se focarmos sobre o envelhecimento de outras pessoas, discriminando-as pela idade, estaremos negando a própria vida, pois todos os caminhos nos levam ao envelhecimento que, aliás, é um privilégio negado a muitos.

Enquanto não “educarmos” a população em geral sobre o processo de envelhecimento as alterações inerentes a ele, os relacionamentos intergeracionais, a troca possível entre pares, o equilíbrio entre as gerações, estaremos fadados a arcar com preconceitos diários, em um país que envelhece rapidamente.

Afinal de contas, uma mudança na maneira como percebemos as pessoas mais velhas, em suas capacidades e limitações, parece não ser somente uma questão de respeito e ética mas, também, de qualidade de vida, dignidade e saúde até o fim!


Geni de Araújo Costa é Profa. Dra. Titular da Universidade Federal de Uberlândia; Ativista do Envelhecimento Ativo; Podcaster; Comunicadora e Palestrante.

@benditaidade

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