“Cidade lança, em média, de 6 a 7 mil imóveis por ano”, diz presidente do Sinduscon-TAP.
Por Aliteia Milagre | Serifa Comunicação
Foto Divulgação
Com 725 mil habitantes, de acordo com a prévia do censo 2022, Uberlândia permanece como a 2ª cidade mais populosa de Minas Gerais, atrás somente de Belo Horizonte. Por ser considerado um município do interior, com “jeito de cidade grande”, e se destacar pela qualidade de vida, economia, logística, e por tantos outros predicados, atrai pessoas e empresas de toda parte do país, demandando cada vez mais moradia. Todas essas características positivas fazem sua fama de cidade empreendedora tornar-se mais significativa quando se trata de mercado imobiliário.
Os números confirmam esse cenário. O panorama do mercado imobiliário encomendado à Bureau de Inteligência Corporativa (Brain), pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba (Sinduscon-TAP), aponta que, no mês de fevereiro/2023, Uberlândia fechou com um estoque de 5.555 unidades no mercado em geral, sendo 81,2%
de unidades residenciais verticais (4.511), 18,6% das unidades no mercado horizontal (1.031) e apenas 0,2% no mercado comercial vertical, o equivalente a 13 unidades; esta avaliação se refere a um mercado residencial vertical de 164 empreendimentos que lançaram juntos 17.875 unidades (72,8% da oferta total lançada no município) e 24 empreendimentos residenciais horizontais, responsáveis por 6.444 unidades lançadas (26,2% da oferta total lançada na cidade).
Já em relação às vendas, do total de 487 unidades vendidas no mês de fevereiro/2023, 76,4% são de unidades residenciais verticais (372). Das unidades vendidas no mercado residencial vertical, a maior parte se refere ao padrão Standard com 195 unidades (52,4%), com uma diferença significativa para os demais padrões com vendas no período. Nesse
mesmo mês também foram vendidas 113 unidades residenciais horizontais e duas comerciais.
Esses dados mostram que o setor está em plena ascensão. De acordo com o presidente do SindusconTAP, Pedro Spina, pelas pesquisas, Uberlândia é uma das cidades que mais lança e vende imóveis no Brasil. “Percebemos o mercado constante. Lançamos em média de 6 a 7 mil imóveis por ano e acreditamos atingir essa meta em 2023. A grande tendência é o
crescimento da cidade com a chegada de imóveis Standard com aporte de recursos SBPE (uma linha de crédito destinada à compra de imóveis ou terrenos, oferecida por várias instituições financeiras – públicas e privadas) e o crescimento da região Sul, com imóveis luxo e superluxo, setor onde algumas incorporadoras e construtoras estão mantendo seus
lançamentos”, ressalta.
Na zona Sul, por exemplo, a Brasal Incorporações, empresa com foco em projetos arrojados e pelo elevado padrão de qualidade de seus empreendimentos residenciais, comerciais e loteamentos, já lançou ao longo de seus sete anos na cidade, seis empreendimentos, todos na zona Sul, sendo que três torres do Tríad e duas do Sense Vertical Living já foram entregues. Arven, Duo, Chess e Íris Brasal seguem seus cronogramas de venda e entrega. Em 2022, dois projetos foram lançados: o Chess, uma inovação compacta, refinada e estrategicamente pensada, da metragem dos apartamentos à localização, localizado no bairro Jardim Sul, que terá studios, apartamentos tipo e coberturas duplex distribuídos em duas torres, Nero e Bianco, com diversas opções de plantas (de 45m² a 208m²); e o Iris Brasal, torre única com 70 unidades distribuídas em pavimentos ao lado do Chess, com apartamentos com três plantas diferentes, sendo Apto Tipo Garden com 196m², Apto Tipo com 147m² e Coberturas Lineares com 304m².
( Na foto ao lado: Sebastião Longuinho )
Recentemente, investiu aproximadamente R$ 40 milhões em áreas para empreender a médio e longo prazo, em diversas regiões da cidade, com condomínios verticais de luxo. Está previsto para 2023, um lançamento no bairro Santa Mônica, o primeiro Brasal fora da região Sul. O terreno tem aproximadamente 9,5 mil m² e está localizado na rua Francisco Vicente Ferreira, próximo à Universidade Federal de Uberlândia (UFU). De acordo com Sebastião Longuinho, diretor regional da Brasal Incorporações, toda a inovação e diferenciais com a qualidade Brasal serão levados também para a região Leste da cidade. “Estamos muito felizes em levar nossa marca para mais uma área nobre da cidade. Temos certeza de que será um sucesso, assim como os demais”, afirma.
Ainda segundo Sebastião, todo o sucesso dos empreendimentos lançados pela empresa se deve, em parte, pela escolha do local do terreno. “Além da qualidade Brasal, os condomínios são construídos em regiões com localização privilegiada, de ampla valorização. Para isso, antes de qualquer negociação, investimos em pesquisa e estudos de mercado”, enfatiza.
Retomada MCMV e demanda alto padrão
( Na foto ao lado: Pedro Spina )
Em relação ao déficit habitacional, Pedro Spina explica que são os imóveis econômicos os de maior necessidade na cidade.
“Cerca de 85% da demanda habitacional do País está concentrada nesse tipo, mas vimos lançamentos de alta classe. Observamos que quando iniciamos as pesquisas, há sete anos, os imóveis econômicos chegaram a representar 80% da demanda. Hoje representam 39%, porque houve crescimento do Standard, que inclui imóveis de R$ 236.501 até R$ 500 mil. Porém, aguardamos as normativas finais do governo em relação ao MCMV, para que esse tipo volte com força. A intenção do governo é promover dois milhões de unidades habitacionais até fim do mandato, inclusive com a volta da Faixa 1, para as famílias com renda de até R$ 2.640,00, com subsídio alto do governo. Estamos otimistas. A classe alta está gerando demanda, novos players estão vindo para a cidade, com lançamentos, que demoram de dois a três anos para ser entregues e isso mantém o mercado aquecido”, salienta Spina.
Condomínios horizontais: impulso no mercado imobiliário
( Na foto ao lado: Leandro de Souza )
Embora haja uma ascensão em lançamentos imobiliários verticais, há os empresários que estão de olho em outro público: os que desejam morar em condomínios abertos ou fechados. Condomínios horizontais, normalmente, são compostos por conjuntos de casas prontas ou lotes para construir que contam com infraestrutura completa para dar qualidade de vida aos moradores, como áreas de lazer, cabeamento de fibra ótica, iluminação, saneamento e segurança particular. Os equipamentos de lazer são um plus muito valorizados. A análise do mercado horizontal da Brain revelou que em fevereiro/23 foram lançados 10 condomínios de casas, com 480 unidades, totalizando um Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 283.464; seis loteamentos fechados, com 1400 unidades com VGV de R$ 615,142, e oito loteamentos abertos lançados, com 4.564 unidades e VGV total de R$ 782.507.
Em janeiro de 2023, Uberlândia teve um empreendimento horizontal lançado com 43 unidades, todas vendidas no mesmo dia de lançamento. A pesquisa revela ainda que o imóvel é o sonho de consumo dos brasileiros. No Sudeste, 54% dos entrevistados sonham morar em casa ou sobrado em rua, 26% querem sair do aluguel, 61% estão em busca do primeiro imóvel e 36% visitam ao menos três imóveis antes de comprar.
De acordo com o presidente da Associação das Empresas de Loteamentos e Desenvolvimento Urbano do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba (AeloTAP), Leandro de Sousa Cecílio, isso indica que há mercado para todos, porém o sucesso de vendas de um loteamento exige análise de mercado.
“Há todo um trabalho que inclui mapear a localização, fazer um estudo de mercado para avaliar a demanda da cidade e a viabilidade do investimento. Esse levantamento que vai definir se será aberto ou fechado e voltado para qual classe”, esclarece.
Leandro explica ainda que o aumento na demanda é sentido em todos os perfis, do popular ao luxo. “Uma das facilidades no segmento é que o financiamento de um lote costuma ser direto com a loteadora e o acesso ao crédito é menos burocrático”, afirma. Esse mercado também gera renda e emprego para o município. “Para se ter ideia da importância desse
setor para a economia, para a implementação de um loteamento com 500 lotes, são produzidos em torno de sete mil empregos diretos e indiretos ao longo de todo o processo. São pedreiros, engenheiros, técnicos em segurança do trabalho, jardineiros, eletricistas, entre outros. Nesse montante de 500 lotes são gerados cerca de R$ 1,5 milhão de Imposto Sobre
Transmissão de Bens Imóveis (ITBI)”, conta Leandro.
( Na foto ao lado: Marcelo Puntel )
A pujança do setor é reconhecida pelo diretor geral de Desenvolvimento Urbano da Tamboré Urbanismo, Marcelo Puntel. Ele, que trabalha desde 2011 no mercado de Uberlândia, ressaltou que últimos 10, 12 anos houve um crescente exponencial do potencial do mercado imobiliário na cidade, impulsionado pela própria economia, pujante, forte, centrada em
logística, agronegócio, comércio, serviços e indústria.
“O dinheiro circula muito na cidade. Isso faz com que as pessoas melhorem o padrão de vida, os olhares para investimentos diversificados e não apenas de mercado de capitais. Para quem trabalha no mercado imobiliário essa é uma grande oportunidade. Tivemos a felicidade de fazer aqui um empreendimento com muito sucesso. Fomos muito bem recebidos. Esse potencial vai muito em breve ultrapassar as fronteiras da cidade. A região será foco de atração para novos investimentos”, conclui Puntel.
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