É preciso estabelecer limites na utilização dos recursos eletrônicos, bem como o consumo responsável de conteúdo
Tony Amaral | Fotos Divulgação
Tenho acompanhado com preocupação a questão da Intoxicação Digital e seus efeitos na saúde emocional das pessoas, principalmente em meus clientes, tanto em psicoterapia quanto no ambiente corporativo em geral. Não é novidade que os transtornos emocionais como ansiedade, depressão e burnout (esgotamento emocional) estão cada vez mais evidenciados e seus efeitos, tanto no mercado econômico quanto na questão de saúde pública, já se tornaram preocupantes há mais de dez anos, pois percebo que ultrapassamos um limite de um patamar de segurança.
A utilização constante da tecnologia na sociedade, ao invés de dar autonomia para vivermos com mais qualidade, nos transformou em autônomos, escravos desta própria tecnologia,
Meu principal enfoque de trabalho clínico atualmente é a ansiedade e, por isto, o tema deste artigo, exatamente neste momento do ano, logo no início, cheio de perspectivas, férias, contas, impostos hub saúde emocional e muita incerteza sobre as novidades da tecnologia com a recém-chegada Inteligência Artificial. Enfim, um pacote completo de estímulos estressantes que potencializam a ansiedade, tornando-a patológica.
Neste sentido, o excesso de utilização de tecnologia, tanto no ambiente de trabalho como o consumo exagerado de informações, principalmente através das redes sociais na vida pessoal, tem levado as pessoas ao esgotamento emocional, o que em si já ultrapassa os efeitos da ansiedade tolerável à nossa saúde, já tornando a maioria das pessoas atualmente em doentes funcionais.
É preciso estabelecer limites na utilização dos recursos eletrônicos, bem como o consumo responsável de conteúdo. A recomendação é de estabelecer uma rotina contemplando momentos de ócio, fazer nada mesmo, liberando o uso do celular principalmente. Faça uso regular da solidão, do silêncio e busque atividades como a caminhada para aliviar o estresse do consumo de conteúdo e do uso de tecnologia. Seu cérebro agradece.
TONI AMARAL - Psicoterapeuta/Monge/Professor