Coletânea reúne análises de 27 autores em publicação da Fundação Astrojildo Pereira.
Por Cleomar Almeida - FAP Fotos Divulgação
Propostas econômicas para o governo brasileiro estão reunidas na obra Retomada do Desenvolvimento: reflexões econômicas para um modelo de crescimento com inclusão social (356 páginas) editada pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP) em Brasília. Em formato de coletânea de artigos de 27 economistas, pesquisadores e nomes do mercado, a publicação foi lançada, recentemente em evento virtual.
A obra é a mais nova edição temática da revista Política Democrática. O público pode conferir, em tempo real, a transmissão do debate no portal da FAP, no canal da fundação no YouTube e na página da entidade no Facebook, onde o vídeo do lançamento da obra também está disponível para os interessados.
O debate teve a participação dos organizadores da 60ª edição da revista, os economistas Benito Salomão e José Luis Oreiro, que discutiram propostas com as economistas Camila Hermida e Julia de Medeiros Braga e com o também economista Antônio Corrêa de Lacerda.
Os demais autores do livro abordaram suas análises durante o evento online. De acordo com a obra, o Brasil passa neste ano por um momento
crucial de sua recente vida democrática. As eleições de outubro serão permeadas por um componente adicional de incertezas advindas da economia. Após praticamente uma década perdida, em que a economia brasileira apresentou em 2020 um PIB per capita inferior ao que tinha em 2010, o país ainda segue com dois desafios neste momento de eleições.
Desafios
O primeiro desafio é, de acordo com os organizadores, a capacidade de o Brasil reafirmar sua democracia, restabelecendo uma convivência sadia entre as instituições que o governa. Além disso, o país deverá encontrar um caminho para restabelecer as bases mínimas para o crescimento sustentado nesta década em curso e na próxima.
( A publicação ficou mais rica e diferente dos demais esforços acadêmicos no sentido de propor uma agenda para o país )
“A poucos meses de uma eleição crucial para a sociedade brasileira, o debate público está concentrado em leitura de pesquisas de intenção de votos, em polêmicas inúteis e em questões puramente identitárias. Aos poucos, a opinião pública brasileira vai se distanciando de uma concepção utópica de desenvolvimento”, diz um trecho da obra. A mais nova edição da revista Política Democrática visa mostrar para a opinião pública que, embora o crescimento com distribuição de renda tenha se tornado distante na última década, este é um caminho que pode ser retomado com ideias e empenho político. Segundo a publicação, “o país precisa parar de desperdiçar energias com embates inúteis, crises institucionais sem sentido e acirramentos a troco de nada”.
Com análises científicas, a obra defende uma mobilização para que o país tenha população devidamente educada, economia diversificada e integrada ao novo padrão tecnológico, serviços públicos universais e de boa qualidade, além de infraestrutura capaz de integrar as muitas regiões do país. A revista sinaliza, ainda, como conquistar crescimento perene do PIB per capita a longo prazo somado à melhoria do padrão distributivo desta riqueza.
Pluralidade
Baseadas em análises sustentadas em concepção plural, de acordo com os autores, a publicação ficou “ainda mais rica e diferente dos demais esforços acadêmicos no sentido de propor uma agenda para o país”. Isto porque, normalmente, os livros de ensaios organizados para propor alguma agenda econômica são de iniciativa de grupos de estudo, ou clubes
acadêmicos, muitos já conhecidos da opinião pública e que têm muito pouca abertura para incorporar ideias divergentes.
“Aqui, até pela pluralidade do grupo de desenvolvimento que organizou esta publicação, onde convivem economistas, engenheiros, cientistas políticos, juristas, não seria viável que esta edição tivesse a feição específica de alguma bolha teórica, ou acadêmica”, enfatizaram os organizadores durante a apresentação.
Economista Benito Salomão, um dos organizadores da 60ª edição da revista
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