Tatiane Barra desempenha papel inspirador e se destaca com a força da mulher no agronegócio em Capinópolis
Carolina Barros
Segundo dados do Sebrae, cerca de 1 milhão de mulheres administram o equivalente a 30 milhões de hectares de propriedades rurais no Brasil. É o equivalente a 8,4% da área rural total, de acordo com estudo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em conjunto com a Embrapa e o IBGE. Isso demonstra o protagonismo da mulher no agronegócio brasileiro.
No entanto, esse caminho não é fácil. São inúmeros os desafios enfrentados por aquelas que desejam ocupar o seu lugar no agro. A desigualdade de gênero por muito tempo foi o maior deles, e ainda continua sendo um desafio. Além do preconceito que enfrentam quando ocupam cargos de gestão, a diferença salarial entre homens e mulheres ainda é comum.
Entre tantos exemplos da mulher no agronegócio, no Triângulo Mineiro, um dos destaques está na cidade de Capinópolis: Tatiane Barra, presidente dos Sindicatos Rurais de Capinópolis e Cachoeira Dourada, presidente da Aprosoja Mulher Minas Gerais e membro da Comissão de Mulheres da FAEMG.
Tatiane se define como aquela mulher que começou de porteira adentro. É formada em Direito, mas sempre teve o desejo de fazer parte do agro, ser uma mulher da pecuária. E se inspirou no marido, a quem afirma ser um excelente produtor. Ela começou com o manejo das plantas, a cultura do plantio e contou com a inovação da tecnologia no campo para empreender com práticas sustentáveis. É ela quem cuida das fazendas da família com práticas ambientais. “Foi preciso muita garra e audácia. Um grande desafio que coloquei no meu coração e que um dia aprenderia. E hoje, graças a Deus, sabemos produzir. A gente planta a soja, depois fazemos rotação de cultura, plantando milho e o sorgo. E agora também estamos na pecuária, com a produção de gado, principalmente no setor da genética. Hoje conseguimos até triplicar a produção através dessa tecnologia de campo”, conta.
Na presidência do Sindicato Rural, Tatiane exalta o acesso à capacitação em parceria com a FAEMG, Senar, prefeitura e Senac. São ministrados cursos voltados para a qualificação da mulher e muitas delas já saem inclusive empregadas. “Se tenho um funcionário capacitado, com certeza vou ter uma pessoa que vai render e produzir. Eu costumo dizer que hoje a mulher é a cereja do bolo no agro e na pecuária. É uma superação muitas mulheres que hoje sobem em uma máquina e conseguem pilotar - um trator, uma colheitadeira ou até mesmo um drone. A ideia é fazer com que as mulheres que estão estáticas dentro das suas propriedades venham administrar aquilo que também é delas”, conclui.
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