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Eu acredito em Unicórnios

Por Gabriela Castro

Fotos Divulgação


Na história de Peter Pan é relatado que todas as vezes que alguém diz: “Eu não acredito em fadas”, em algum lugar uma fada cai morta. Para a fada ressuscitar, é preciso dizer que se acredita em fadas e bater palmas, bem forte. No mercado de tecnologia e inovação das startups, diferente de Peter Pan e a “Terra do Nunca”, se diz: “Eu acredito em Unicórnios”. Sim, exatamente este animal que veio à sua mente, o cavalo, branco e grande chifre em espiral no centro da testa. Há, entretanto, um pequeno detalhe. O unicórnio no qual acreditamos vale mais de U$ 1 bilhão de dólares... e existe.


Unicórnio é o nome dado a startups avaliadas em mais de U$ 1 bilhão, antes de abrirem seu capital em bolsas de valores, ou seja, antes de realizar o IPO (Initial Public Offering). O termo surgiu a partir da investidora de capital americana Aileen Lee, em seu artigo “Welcome to the unicorn club: learning from billion-dollar startups”, que significa, “Bem-vindo ao clube dos unicórnios: aprendendo com as startups de um bilhão de dólares”.


A expressão brinca com a ideia de que esse tipo de empresa seria extremamente raro, assim como o animal mitológico e as fadas de Peter Pan. Então, os unicórnios são as empresas que acreditaram, enfrentaram os desafios, sobreviveram aos obstáculos e alcançaram o tão sonhado décimo dígito. Nas palavras da própria Lee, “sabemos que não é perfeito – unicórnios aparentemente não existem (…). Mas gostamos desse termo porque ele alude a algo raro e mágico.”


Todavia, embora os unicórnios tenham entrado no imaginário popular como animais raros, este já não é mais um adjetivo facilmente aplicável a este tipo de empresa. Em 2013, ano em que publicou seu artigo, Lee mapeou 39 startups com status de unicórnio. Neste ano de 2021, segundo a consultoria CB Insights, já foram mapeadas 805 startups unicórnio no mundo.


Frente a essa onda positiva, empresas continuam a acreditar em unicórnios, trabalhando e se empenhando diariamente para alcançar o tão sonhado bilhão. Algumas startups brasileiras já conquistaram tal façanha, a exemplo do Nubank, em 2018. Fundada em 2013, a startup é pioneira no segmento de serviços financeiros, atuando como operadora de cartões de crédito e fintech com operações no Brasil.


O Nubank chegou ao seu primeiro bilhão sem mexer na estrutura acionária e nem ir ao mercado, mas o passo simbólico não foi celebrado com foguetório no QG da empresa, em São Paulo. “É óbvio que ficamos muito contentes em ser uma das primeiras empresas brasileiras e a primeira fintech na América Latina a virar unicórnio. Essa é só a primeira página, ainda há muito a fazer”, disse David Vélez, CEO da companhia, em entrevista ao PODER.


Startups são um universo paralelo, assim como a terra do nunca, repleto de inovações, tecnologia disruptiva e velocidade. Além das startups unicórnios, há outras modalidades, menos conhecidas como zebra, camelo e dragão.


As startups zebras nasceram como uma espécie de “contraponto” aos outros termos que lembram animais mitológicos. O nome vem da praticidade do animal e não sua relação com os jogos de apostas e o azar a que a zebra remete. No universo da inovação, ela remete ao “preto no branco”. Por isso, este tipo de startup busca a objetividade, promovendo lucro e melhorando a sociedade.


Já as startups camelos possuem como principais focos a sustentabilidade e a sobrevivência. Os camelos são animais de alta capacidade de adaptação. Desse modo, as startups camelos procuram ter uma jornada constante, segura e sustentável, além de se destacarem por se manterem mais sólidas durante períodos de instabilidade econômica.


As dragões são ainda mais raras que as startups unicórnios, pois são as que arrecadam mais de um bilhão de dólares em uma única rodada de financiamento, como é o caso da Uber. Isso faz com que tais startups despertem o interesse de companhias que procuram empresas pequenas para apostar, já que tendem a representar uma aplicação mais segura.


Entre zebras, camelos, unicórnios e dragões, uma coisa não se pode negar: as startups continuam em constante crescimento no mercado, ganhando cada vez mais espaço e adeptos. Novos termos surgem quase diariamente, ao passo que as empresas apresentam novos produtos e modelos de negócios, em meio à corrida em busca do primeiro bilhão... do segundo... do terceiro. E do seu “felizes para sempre”.


Gostou de aprender sobre a fauna da inovação? Você pode conferir um pouco de todo jargão desse mundo no glossário especial que preparamos nesta edição.

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