O comércio on-line fechou 2021 com crescimento de 26,9%, na comparação com o ano anterior, segundo levantamento da Neotrust
As marcas que não estavam no mundo virtual precisaram se adaptar durante a pandemia, tudo hoje precisa estar on-line para ser visto. E com isso, o mercado de vendas na internet está mais competitivo do que nunca. Por isso, convidamos Guilherme Menezes, sócio-fundador da ZUG Analytics, para dar dicas para ter mais sucesso na hora de vender no mundo virtual.
Dados da Neotrust revelaram que, em 2021, o comércio on-line teve crescimento de 26,9%, em comparação com o ano anterior. O faturamento total chegou a R$ 161 bilhões. E não para por aí: estudo The Global Payments Report 2022 aponta que até 2025 o mercado global de comércio eletrônico deverá crescer mais de 55%.
"O processo de transformação digital é vital, porque não existe mais mundo físico sozinho, ele está acabando. Hoje, para sobreviver no mercado, é essencial aliar a loja física à digital", afirma o engenheiro de software e consultor de empresas Guilherme Menezes, sócio-fundador da ZUG Analytics.
Mas, acredite: o mundo digital não é tão simples como pode parecer. Para ter sucesso as empresas precisam se planejar. "Você pode simplesmente abrir um WhatsApp e vender tudo por lá, mas onde está o seu controle de estoque, controle financeiro? Na pandemia, muitos empresários pequenos começaram a tentar vender pelas redes sociais e isso, de fato, os ajudou a não quebrar, mas abriu outros focos de erro, outras coisas que estavam sendo feitas de forma errada e que precisavam ser consertadas", diz o consultor de empresas.
Confira algumas dicas do especialista:
Preço não é tudo Menezes aponta alguns erros bastante comuns cometidos por quem se aventura no mundo virtual. "O primeiro é tentar começar a vender pelo WhatsApp sem nenhum preparo, montando grupos, criando listas de distribuição, oferecendo produtos que não consegue entregar e sem meios de pagamento integrados. O segundo maior erro é começar a vender pelos shoppings virtuais, como Mercado Livre. São empresas grandes e que não dão a mínima para sua marca, analisam basicamente preço, entrega e satisfação", enumera.
Integração de sistemas Outra falha, segundo o especialista, é na entrega. Não adianta preparar uma divulgação boa, fotos impecáveis e não entregar o que promete. "Comprar um software de vendas on-line, um software de catálogo digital, vai abrir uma bonita janela com fotos de produtos, com todos aqueles itens que você quer vender. O cliente vai ver aquele site lindo, mas quando ele clica o sistema não está integrado com o que que eu chamo de ‘cozinha’, que é o controle do estoque, o faturamento e todo o processo de venda. Às vezes o site pode até travar. Imagine você comprar algo e a empresa dizer que simplesmente não tem esse produto para te entregar", completa.
Para evitar esse tipo de situação, o especialista da ZUG Analytics recomenda investir em tecnologias que auxiliem na administração do negócio. "Softwares que funcionam em nuvem são mais seguros e até mais baratos. As empresas precisam organizar seus processos internos e deixá-los integrados desde a fase do orçamento até o pós-venda, passando pelo estoque, fiscal e clientes. Um banco de dados integrado vai proporcionar ganho de tempo e produtividade", pontua.
Retorno do investimento Segundo o consultor de empresas, é fundamental destinar parte do faturamento para implantar uma iniciativa de transformação digital. "O pequeno e médio empresário tem de reservar algo em torno de 2% a 4% do seu faturamento líquido, que começará a retornar após o 13º mês".
Cinco passos para uma transformação digital assertiva: 1 - Implantar um ERP, software de gestão empresarial para gerenciar estoque, finanças, clientes, vendas e fiscal em tempo real com todas as informações em um único banco de dados 2 – Extrair relatórios financeiros, de estoque e tudo o que for possível baseado em informações em tempo real e que tenham credibilidade sobre o negócio para entender a realidade, as demandas e o que é possível oferecer. 3 – Aprender a vender no meio digital, entender como funciona, como será o método de trabalho e desenvolver um catálogo digital com base nos produtos que tem no estoque para vendas por meio das redes sociais, como WhatsApp e Instagram. 4 – Implantar um site próprio integrado com o ERP para estender o alcance das vendas on-line. 5 – Implantar uma gestão por indicadores de performance para saber como é que estão contas a pagar e a receber, como é que está o giro do estoque, quais são as os produtos que não estão girando, implementar promoções para dar vazão ao estoque, entender qual o fluxo de caixa futuro.
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