“A única bebida capaz de deixar a mulher ainda mais bela”. (Madame Pompadour)
Por Wallace Neves
Fotos Divulgação
O vinho mais sofisticado do mundo. Associado ao glamour, à amizade e grandes celebrações. Com o final do ano se aproximando, um estilo de vinho ganha o protagonismo. São os espumantes. Para quem quer fazer bonito na hora das noites natalinas e de réveillon, basta escolher um bom espumante para brindar. Existem espumantes para todos os gostos e todos os bolsos. Além de ser um estilo de vinho curinga para harmonizar com todas as etapas da refeição. Porém, nesse artigo irei falar mais sobre o Champagne! Basta dizer essa palavra para as pessoas começarem a sorrir, relaxar e até fantasiar. Coco Chanel dizia que bebia a bebida em duas ocasiões: quando estava apaixonada e quando não estava apaixonada. Casanova o considerava um “equipamento essencial à sedução”. A arte de capturar bolhas em um frasco não foi resultado de uma inspiração repentina e uma simples invenção. Levou séculos para o vinhateiro entender a mecânica da fermentação e dominar o processo. Ninguém sabe ao certo, onde e quando o vinho foi criado. Provavelmente ocorreu por acidente. Alguém teria deixado uvas esmagadas em algum recipiente e o suco entrou em contato com a leveduras convertendo os açucares em álcool e voilà! Surgiu o primeiro vinho. No caso dos espumantes não foi tão diferente. Para que as leveduras metabolizem os açúcares contidos no mosto, é preciso calor. Porém, em algum momento o inverno veio mais precoce e as leveduras entraram em um período de dormência.
Depois veio a primavera, as temperaturas subiram, as leveduras acordaram e seguiram com seu trabalho. Deixando o vinho com gás carbônico, formando as famosas perlage (pérolas). Muitos apreciadores mencionam o Champagne como o primeiro espumante feito no mundo, por intermédio de Dom Pierre Perignon. Um monge beneditino da abadia de Hautvillers, França. Mas, a bem da verdade, é que o processo de produzir espumantes teria sido desenvolvido na abadia de Saint Hillaiire, próximo a cidade de Limoux no Languedoc, sul da França, há 150 anos antes de Dom Perignon. Deixando a história um pouco de lado, é importante saber que todo Champagne é espumante, mas nem todo espumante é Champagne. Para ser Champagne, o vinho deve ser produzido na região do mesmo nome, a Champagne, que se encontra ao norte da França, com uvas autorizadas e por um processo específico da região chamado champenoise, onde a segunda fermentação é feita no interior da garrafa, e um envelhecimento mínimo (15 meses para champagnes não safrados e 36 meses para champagnes safrados), antes de ser comercializado. A região foi palco de grandes conflitos históricos. Muitas batalhas ocorreram nessa pitoresca região, inclusive as duas grandes guerras mundiais. E como era de costume os homens serem convocados para o front de batalha, eram as esposas que ficavam responsáveis por administrar as vinícolas. Dentre grandes damas que contribuíram para o desenvolvimento do Champagne, posso mencionar a Barbe Nicole Clicquot Ponsardin, conhecida como a grande dama de Champagneou, ou Vevue Cilcquot, que junto com seu enólogo desenvolveu a técnica do remuage, e sem dúvidas é um dos champagnes mais consumidos do mundo. Muitos países se destacam na produção de espumantes. Posso citar a Itália com seu famoso e popular Prosecco, a Espanha com suas Cavas produzidas na região de Penedes, e o Brasil. Por falar em Brasil, os espumantes são nossos principais produtos. E com ótima relação custo-benefício. Poderia recomendar dezenas de rótulos. Mas prefiro deixar os leitores à vontade para escolher o que melhor agrada. Para finalizar, deixo uma saudação que diz: “Um brinde à saúde, à prosperidade e aos bons momentos. Que sejam tão abundantes quanto as perlages que brotam da taça de um espumante”. Santé!
Wallace Neves é Sommelier profissional, fundador da @ conexaosommelier, professor de Enologia do IGA, professor da Associação Brasileira de Sommeliers e jurado internacional de vinhos, tendo recebido indicações de Melhor Sommelier pelas revistas Veja e Adega e premiado como Melhor Sommelier pela Rio Wine and Food Festival e Melhor Sommelier do Brasil em Vinhos do Alentejo. Tornou-se o Embaixador dos Vinhos do Alentejo no Brasil.
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