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Alguém anotou a placa?

Por Adalberto Deluca

Fotos Divulgação

Aquela outra frase famosa que virou conselho de vó “quem espera sempre alcança” pode valer sim, mas não se sabe bem para qual finalidade.



Cada passo dado pelo ser humano trouxe o traço da INOVAÇÃO. Em atuais tempos velozes (porém não muito, como veremos aqui) essa palavra se torna algo como inalcançável para muitos e ‘fi lé mignon’ para alguns poucos diga-se. Vender (do verbo convencer) algo como inovador vira mala de mascate ou encantamento de serpente. A primeira promete tudo em qualquer cor ou tamanho e a segunda… engana mesmo, pronto tá escrito.

O fato, de fato, é que inovar é mais simples e singelo do que querem fazer parecer certos ‘entortadores’ de talheres, pois toda alteração lógica que proponha maior benefício, facilite usos ou gere ganhos marginais deve ser comemorado como inovação (façamos o favor de não comparar com a descrição das Wikis ou Barsas que encontrar por aí. E sobre essa última cuidado, pois é antiga e desperta doenças modernas como rinite, dado o pó acumulado.


Acumular adjetivos aqui para tentar explicar o que seja inovação também não é a intenção, mesmo que forme uma rima legal. Atendo-se ao conceito mais amplo que é justamente aprimorar ou criar um… conceito não fiquemos parados esperando a próxima onda inovadora do mais moderno objeto de desejo da galáxia da estrela guia ocorrida na última semana. Esperar só foi lucrativo para o saudoso Erasmo Carlos na canção com um título que agora não importa, mas que o consagrou “… eu não posso mais ficar aqui, a esperar…”, aliás escrevendo aqui me dei conta de que nem ele quis mais esperar! Pronto, fui…!

Aquela outra frase famosa que virou conselho de vó “quem espera sempre alcança” pode valer sim, mas não se sabe bem para qual finalidade. Essa me leva a outra “se conselho fosse bom seria cobrado e não dado”, mesmo que no mundo empresarial e pragmático ele também é cobrado e bem. Mantenhamos o imaginário de doces vovozinhas nos dando conselhos. De conselho e consenso na verdade os grandes inovadores estiveram sempre afastados.



Aqui cria-se um fato novo, não inovador: se o leitor manteve a atenção nessas mal traçadas linhas (outra frase de uma bela canção) que as duplas modernas talvez já ‘musicaram’ com seu gosto próprio entre cifras e cifrões, então é preciso endireitar o prumo e ir ao ponto para se conectar nessa coluna da Hub, afinal para quem quer escrever, um Célio cuidadoso com sua criação (inovação) basta…


Inovação x Revolução

De tanto usarem ‘revolução’ para nomear as inovações e outras vezes para enganar alguns, dando-lhe o sentido de disrupção, que no fim nos foi imposto que ‘inovação’ é melhor, mais moderna. Melhor não se sabe, mas lucrativo é batata - por favor não vá plantar batata nem como uma falta de educação por parte de quem aqui escreve ou diz isso, nem como algo muito lucrativo, pois a menos que você seja um autêntico inovador para essa nobre atividade de plantador ela é também de muito trabalho e por assim uma atividade de especialistas. Atentemos apenas ao fato que na seara da inovação menos é mais e pode sim ser muito mais. Para dar ares tecnológicos e sofisticados à essa abordagem podemos tomar as tão badaladas startups da era atualíssima. Antes abria-se um negócio e hoje cria-se uma startup. Convenhamos que ficou mais chique? Na verdade, ficou mais objetivo e capaz de mudar modelos antiquados de se fazer algo. Evolucionárias por assim dizer.


Computação quântica


Então tá! Se nada nos motiva mais do que ter uma renda satisfatória que atenda a todos os nossos desejos - desde que não se fique horas brilhando os olhos nas seções das shopees da vida - essa é uma busca constante desse mundão de lançamentos e relançamentos que deixam nossos neurônios esbugalhados, porque os olhos já vivem vitrificados por tanto brilho nas telinhas, convidando ao consumo descontrolado - também porque desenfreado até dá pra voltar aos Flintstones e botar o calcanhar na ladeira - então vamos botar a mão na massa contrariando o ócio muscular que as inovações tecnológicas nos condicionam a viver e desdobrar a atenção para as oportunidades em monetizar algo que nos dê a tal desejada liberdade financeira ou a escala da riqueza. Só para apimentar esse desejo ultra quântico monetário de poder tudo com seu rico dinheirinho, quando pensar em desistir ou se intimidar diante de tantas possibilidades, ou ainda achar que tudo que você pensa em fazer alguém já pensou antes, olhe o que a turma de adolescentes do Tiktok faz para transformar tempo em dinheiro.

Desde mostrar atividades arcaico-modernas lá da roça, com perdão pelo acrônimo, até mostrar a mãe fazendo compras no shopping ou ainda comprando um moderníssimo - e caro - laptop da marca mais desejada e se deixar postar na cafeteria da onda, parecendo trabalhar - de fato - e com isso terem 17, vou reescrever, d-e-z-e-s-s-e-t-e milhões de seguidores, essa turminha está dando banho de inovação e empreendedorismo! Não desdenhe, pois quem o faz quer comprar (e você ainda não “bombou” nas redes), pense quantas marcas de produtos que você consome colam lá nas mocinhas e mocinhos dos vídeos e, sutilmente, te levam ao site do consumo e aí, pimba, o cartão digital com limite ilimitado, maior que seu salário anual, já tilintou na tela do seu telefone inteligente e te deixou mais pobre - ou menos rico em alguns Drex (voilà! abemos moeda codificada!!!).


Inovação já virou mercado e você ainda não plantou sua árvore?


Se ainda não se despejou uma mísera lágrima diante de tantas notícias ora alegres, ora angustiantes, então não cumpri meu papel de marketeer ou de paladino do fim do mundo, usufruindo desse espaço que de outra forma mereceria ficar em branco, sem passar despercebido.

Vamos a mais fatos nada pitorescos, mas animadores ou desafiadores. Há bem pouco tempo, um setor de Recursos Humanos (esse vale um artigo longo só para reescrever a sigla RH que mudou a concepção de ‘recurso’ transformando algo que tem o mesmo peso do Capital nas empresas, recurso financeiro, em um mero departamento burocrático)… voltando para ficar mais evidente, o setor de RH até há pouco era repleto de funcionários, tantos eram os processos estabelecidos pelos habitantes da ilha da fantasia mais cara do mundo (e não precisa explicar onde é porque o Maps pode te ajudar a encontrar, aí no seu imposto de renda) que os velozes da geração Alpha trataram de simplificar tudo com inteligência artificial ou bots ou algoritmos e colocar em um aplicativo auto gerenciável, onde desde a busca pelo profissional certo, com perfil certo e competências certas (as softskills que realmente interessam) e colocam esses na cara do gol - ops… esses ainda não. Ou sim, sabese lá…, na verdade na cara do cargo, em home ou office. Ainda acompanha desempenho, fazem o oneto-one da avaliação contínua, treinam, capacitam e demitem conforme o balanço trimestral morte lucro ou prejuízo. Pronto! Estamos diante de uma gestão automatizada! Tecnificada, em gênero, número e grau.

Calma, sente-se que ainda não começamos a conversa. Já observou que o honorário do seu contador-emissor-de-guias-de-impostos está caindo em vertical? Ele perdeu a função. Não conte a ele ainda, mas perdeu. Os nobres e vorazes leitores dessas páginas - impressas ou digitais - da ampla e enriquecedora Hub, perceberão que, na maior nação enriquecedora de advogados já não formam mais iniciantes de carreira porque o elementar Watson faz o trabalho mais rápido, mais preciso e mais barato (no sentido de menor custo) do que os estagiários e novos associados. Se você não imagina o que eles representavam na força de trabalho americana então sugiro assistir ou rever “Suits” e se deparar com o contingente que garantia o sucesso da petição primorosa do sócio sênior com terno Armani.

Agora, vamos aos descalabros das últimas notícias sobre recuperação judicial de empresas renomadas, cujas marcas povoam seu extrato do cartão de crédito. Todas as que não foram gerenciadas para a fraude sucumbiram ao departamento de falências dos fóruns judiciais porque tiveram sua gestão maculada pela incompetência. Seja do CEO, CFO, COO ou qualquer ‘C’ ou ‘O’ de terno, gravata Hermès e Mercedes com motor elétrico. E isso será cada vez mais raro. Não espere garantia, promessa ou certeza, mas podemos tomar um café daqui há alguns meses e discutir essa relação. E a razão é simples: com ferramentas como moedas eletrônicas, assinaturas digitais, business intelligence (BI), Inteligência Artificial Generativa e computação quântica, o investidor ou capitalista aponta um lucro mínimo (melhor máximo, senão perde o status de capitalista ou investidor) e monitora isso do convés de sua lancha, antes mesmo de ter cabeça branca, e de lá demite por um clique, substitui o conselho virtual por outro de tecnologia mais avançada e protege seus dias de engordar contas.

Alto lá! Diria o personagem do velho e humanizado cinema. Esses últimos parágrafos não têm a ambição de serem pessimistas ou catastrofistas. São constatações que se não percebidas para alguns da geração X ou Z - ou quiçá, Millenials - que ainda teima em digitar ao invés de pensar ou trabalhar no lugar de investigar.


Com velocidade andando devagar. Andando depressa em baixa velocidade

Sabe o que mais assusta nas oportunidade que a verdadeira inovação nos propõe?

O fato é que muitos de nós, simples terráqueos (outra expressão importada do tempo em que o tempo não passava), estamos sendo expostos à uma suposta ultra velocidade no passar no tempo. Mera percepção que nossas telas digitais nos proporcionam. O tempo é o mesmo, nossa cota de distração é que se multiplicou e, por isso, as oportunidades perdidas se acumulam em nossa caixa de correio. Também a quantidade de informações inúteis que os algoritmos despejam para fisgar nossa distraída mente e número de cartão de crédito – automatizado (até tu, Brutus, diria o imperador, também distraído). E isso nos deixa com outra sensação digna de divãs ou de cartelas de anti qualquer coisa, a de que fomos lentos na tomada de decisão e assim ficamos sentados à beira do caminho (já foi feita a devida homenagem ao ilustre dono dessas palavras enfileiradas).

Podemos “sacudir a poeira e dar a volta por cima” – quanta citação a ilustres poetas e filósofos populares e popularizados! Para isso, aos interessados com foco ou procurando um ‘basta’ (como se bastar fosse um verbo imperativo) é preciso ser seletivo no que vê e ouve, traçar objetivos com objetividade óbvia e ter a mente aberta ao novo que nem tão novo é mas vem bem vestido ou mesmo evoluído, podendo inclusive ser inovador. Agora sim! Receita de bolo na mão, é hora de subverter a ordem da mesma vovozinha:

cautela e caldo de galinha fazem mal sim! O que não faz mal é informação, dados, análises, comparativos, humildade. Eis que esses temperos por si são eivados de inovação, de pitadas de audácia e crença em si mesmo. Vá lá! Isso aqui não é um divã, então não pegue como sábio conselho de um profissional da área à qual não pertenço. Apenas pense, aja e experimente. Parou, parou! Não use como conselho definitivamente! Apenas, ... Opa!

O que deixa uma profunda reflexão ao pensar nas linhas aqui escritas é a necessária leitura cuidadosa de muita mudança em curso e muita necessidade de mudarmos o status das coisas à nossa volta, nas nossas economias domésticas e, acima de tudo, nas empresas à nossa responsabilidade, seja ela própria ou a que nos emprega (corre que essa palavra em significado popular está em vias de extinção). Toda grande mudança à nossa volta é desenvolvida em etapas invisíveis a nossos olhos de cidadãos comuns. Só nos damos conta de sua existência e influência quando já em curso de uso ou gerando resultados. Aí a boiada já foi para o brejo. Por favor, não corrija a expressão pois se fosse apenas a vaquinha daquele mestre de retórica famosa um estagiário cuidaria de suprir sua perda. Ou criaria uma startup para desatolar a Mimosa de cada um.


Criando a roda… redonda!

De Pix a Drex, do fim da moeda ao novíssimo chip eletrônico infinitamente pequeno. Para todos os efeitos, as mudanças trazem grandes atribulações (para alguns, pois outros se regozijam) e, mesmo assim, a roda como objeto revolucionário só foi criada uma única vez. Tal qual o fogo. Todo o resto que nos trouxe até aqui são transformações inovadoras. Esse era segredo guardado desde lá do título desta coluna até aqui. Então, transformar tempo em ideia, ideia em produto ou serviço e esses em riqueza não é mais uma questão de sapiência ou privilégio. Está esperando o que?

Ficam aqui algumas notas colhidas, pesquisando argumentos para essa coluna: analfabetos terão distinção nas versões atuais do WhatsApp; o Eagle - o novo brinquedinho apresentado pela IBM - leva três minutos para resolver problemas que os computadores mais eficientes levariam 600 milhões de anos. Já que está em curso a descrição desses fatos, então vai aí um amontoado de enxaquecas para os céticos, segundo a Forbes: - Problemas de alto impacto terão respostas turbinadas pela computação quântica; - O clima e seus desastres terão previsões absurdamente antecipadas para cuidar de potenciais vítimas; - Trânsito será um prazer (!) com o fim dos congestionamentos (vale o humor: cancela a mudança para a cidade onde vive ou viveu a vovozinha); - Aplicativos à prova de travamentos devidos a testes infinitos antes de caírem em nossas ligeiras mãos; - Revolução na saúde com precisão absurda nos testes de novos medicamentos e de sua real eficácia (essa preciso revelar meu ceticismo com a relação solução x lucrão); - Enfim os Investimentos!!! – a quântica nos dará muito mais probabilidades de eventos adversos que abalem nossas sagradas economias pessoais e empresariais (aqui vale o desabafo: será que mostrará quando será aterrada a ilha da fantasia para ser lá construída uma sala de sabedoria, humildade e reciprocidade?)

Se verem o bonde da Inteligência Artificial por ai, deixa pra lá. Não vale a pena correr atrás. Olhe com atenção e entre nesse que já está chegando ao nosso cotidiano, a computação quântica. Não se trata de uma evolução da primeira, é na verdade um motor que irá acelerar e mudar a feição da primeira.

Sebo nas canelas não resolve, atitude e aprendizado contínuo sim.


Adalberto Deluca é socio fundador da Know How Consulting, profissional de marketing (marketeer), publicitário, curioso, furioso com a mesmice, consultor inato sempre em busca de soluções.


Foto de Johannes Plenio: https://www.pexels.com/pt-br/foto/ fotografia-com-foco-seletivo-de-lampada-1136465/

Foto de RDNE Stock project: https://www.pexels.com/pt-br/foto/ acordo-contrato-marca-branding-7414310/

Foto de Maksim Goncharenok: https://www.pexels.com/pt-br/foto/ arte-negocio-empresa-cor-5995030/

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