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Afinal, estamos em uma bolha imobiliária em Uberlândia

Mantendo a proporção da tabela acima, teremos em Uberlândia nos próximos 10 anos, 82 novos condomínios horizontais e 140 novas torres de apartamentos.



Nos últimos meses, tenho presenciado vários debates sobre o tema “crescimento do setor imobiliário na cidade de Uberlândia”. Um dos assuntos mais frequentes é sobre um possível início de uma bolha imobiliária na cidade.


Por estar atuando no setor imobiliário, procurei ouvir, pesquisar e estudar os movimentos não somente no Brasil mas em outros locais do mundo. Realizei alguns levantamentos de dados disponíveis em diferentes associações, órgãos de imprensa e, principalmente, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Não tenho a intenção de esgotar o assunto e nem mesmo trazer conclusões que denotem uma verdade absoluta. Acredito, porém, que podem contribuir para um aprofundamento da análise e estudo de cenários para que o mercado continue atrativo e rentável para todos os atores que atuam no setor imobiliário de Uberlândia.


Eu poderia, perfeitamente, ampliar o levantamento de dados para as cidades do entorno de Uberlândia, uma vez que têm sido notórias as evoluções do mercado imobiliário nestas cidades, principalmente Uberaba, Araguari e Monte Carmelo. Entretanto, esta análise ficará para outra oportunidade.




Considerando os dados de 2022 em relação à 2010, podemos constatar que o Brasil obteve um acréscimo de 12.3 milhões de pessoas, ou seja, uma variação de 6,45%. Para melhor entendimento, acrescentei as cidades São Paulo, Ribeirão Preto e Goiânia. Isto por considerar que estas possuem características semelhantes aos aspectos econômicos e culturais de Uberlândia.


Em números absolutos (coluna E), São Paulo e Goiânia cresceram mais que Uberlândia. Todavia, considerando o percentual da variação (coluna D), Uberlândia alcançou 18% de crescimento - em suma, foi a que mais cresceu em relação à estas cidades comparativas. Considerando que, em média, 2,79 pessoas moram em cada residência, houve um incremento de 4.411.008 imóveis no Brasil entre 2010 e 2022. Em Uberlândia, foram quase 40 mil novas residências para abrigar os novos moradores.


Adotando referenciais estatísticos, a proporção de casas equivale a 57% e a de apartamentos a 43% das residências. Estas residências são distribuídas nos condomínios horizontais que possuem em média 240 lotes e em torres de apartamentos que comportam em média 140 unidades. Portanto, podemos deduzir que, nestes 10 anos, foram lançados em torno de 70 novos condomínios horizontais e 120 novas torres de apartamentos em Uberlândia.


Peço a gentileza de inserir um outro aspecto cultural que temos observado nos últimos anos: os jovens estão se tornando mais independentes e saindo de suas casas mais cedo para assumirem suas próprias moradias, com preferência, normalmente, por apartamentos e estúdios de 1 ou 2 quartos. De acordo com dados do Censo 2022 do IBGE, a faixa etária da população brasileira entre 20 e 25 anos corresponde a 10,2% do total da população, ou seja, 21,6 milhões de pessoas.


Outro fato relevante que quero trazer, infelizmente, é o número crescente de divórcios. De acordo com a Assessoria de Comunicação do IBDFAM - Instituto Brasileiro de Direito de Família, o Brasil registrou alta de divórcios em 2021 - foram 386,8 mil divórcios em 2021, número 16,8% maior em relação ao ano anterior.


É o que revela um levantamento recentemente divulgado pelo IBGE. Com base nestes dois fatos, podemos estimar que pelo menos 10% dos jovens na faixa etária de 20 a 25 anos irão “deixar o ninho de seus pais” para morar em suas próprias residências. Esta ação abrirá um mercado de mais de 1.400 condomínios horizontais e 2.400 torres de apartamentos no Brasil nos próximos 10 anos.


De igual raciocínio, havendo divórcio, normalmente, os casais não retornam para a casa dos pais e procuram residências menores. Este fato impactará o mercado com demanda por mais 1.300 condomínios horizontais e 2.200 torres de apartamentos. Supondo que nos próximos 10 anos a taxa de crescimento da população brasileira ficará em torno de 5%, teremos um aumento de mais de 10 milhões de pessoas. Este acréscimo populacional demandará mais 6.500 condomínios horizontais e 11.000 torres de apartamentos.


Ao totalizarmos estes números, concluiremos: Nos próximos 10 anos, teremos no Brasil 9.200 novos condomínios horizontais e 15.800 novas torres de apartamentos. Mantendo a proporção da tabela acima, teremos em Uberlândia nos próximos 10 anos, 82 novos condomínios horizontais e 140 novas torres de apartamentos.


Os atores do mercado imobiliário precisam estar atentos às mudanças na configuração da sociedade, como o aumento do número de jovens que moram sozinhos, o aumento do número de famílias monoparentais e a redução do tamanho das famílias, para adaptar seus produtos e serviços.


Sugerimos incluir nos estudos e planos a consulta aos corretores de imóveis e proprietários de imobiliárias, que são uma fonte privilegiada de informações sobre as tendências do mercado imobiliário, por terem contato direto com os clientes e os profissionais do setor. Em conclusão, a análise das tendências atuais indica que o mercado imobiliário de Uberlândia continuará em um período de prosperidade nos próximos anos.


Aqueles que estiverem mais bem preparados para aproveitar essa oportunidade certamente terão sucesso.


José Mauro Floriano é Corretor e Avaliador Imobiliário. MBA Gestão Empresarial. Especialista em Gestão Empresarial e Investimentos em Negócios Inovadores.

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