Conectar-se com o outro é essencial para formar equipes de sucesso que pensam conjuntamente num mesmo propósito
Rogério Silva
Foto: Divulgação
Tive o privilégio de reencontrar as palavras inspiradoras de Bernardinho num auditório lotado em Uberlândia. Cerca de 1500 pessoas para assistir atentamente a relatos de vida e experiência vitoriosa de um multicampeão. Logicamente, a trajetória de sucesso é o que alavanca esse tipo de audiência. E também o que despertou a minha vontade de estar lá. Mas Bernardinho tocou fundo em mim quando explicou a sua fórmula de se conectar com as gerações mais novas. À medida que vai envelhecendo – hoje ele tem 64 anos – e permanece no ofício de treinar atletas, a distância entre ele e os, cada vez mais jovens, atletas só aumenta. Como falar daquela bem sucedida Geração de Prata dos anos 1980, de onde se originou, se seu convívio hoje é com nascidos na década de 2000?
Pois bem, antes de mais nada, precisamos lembrar que Bernardinho é um Líder. Foi um jogador razoável, disciplinado e se consagrou mesmo na condição de Treinador. Buscou nos princípios da Liderança o seu diferencial. Durante sua fala, conta que foi alertado pelo fi lho Bruno, jogador de destaque na Seleção Brasileira de Voleibol, que a geração atual não é melhor e nem pior do que suas antecessoras, mas diferente. Na conquista do ouro olímpico no Rio 2016 estimulou as famílias dos jogadores a estar presente nos dias em que não haveria jogos. Interagia com esposas e, sobretudo, pais dos atletas. E lançando mão de seu carisma, ganhava corações das mães, transmitindo confiança de que seus filhos estavam em boas mãos, crescendo e evoluindo no esporte. Assim, por meio dos mais velhos, o treinador de vôlei mais vencedor do Brasil se conectava com as jovens promessas das quadras. Quem se atreveria a contrariar um pedido ou uma súplica de mãe, referendada por seu treinador? Uma aula de inteligência emocional pra carregar direto para nossas empresas. Conectar-se com o outro é essencial para formar equipes de sucesso que pensam conjuntamente num mesmo propósito. Não adianta reclamar que os jovens de hoje não querem assumir compromissos e nem ter relações duradouras de trabalho. Precisamos extrair o que cada um tem de melhor e compartilhar nossos valores para gerar um equilíbrio sadio entre líderes e liderados, novos e experientes, vencedores e aqueles que querem aprender a vencer dignamente e em equipe.
Rogério Silva é Administrador de Empresas, especialista em Gestão Executiva e Empreendedorismo, MBA em Finanças e especializando em Gestão Empresarial pela FGV. Atualmente ocupa o cargo de Superintendente do Grupo Paranaíba de Comunicação, em Uberlândia/MG
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