Por Resia Silva de Morais
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É crucial promover o uso responsável da tecnologia, educar sobre os impactos negativos do cyberbullying e incentivar interações online saudáveis e respeitosas.
A inovação, a tecnologia e os negócios desempenham um papel significativo na promoção da saúde mental de várias maneiras. Existem aplicativos, sites e plataformas online que oferecem informações, ferramentas e empresas de autocuidado, programas de terapia online e comunidades de apoio. Isso pode ajudar as pessoas a obterem conhecimento sobre saúde mental, identificarem sintomas, aprenderem estratégias de enfrentamento e conectarem-se com outras pessoas que enfrentam desafios semelhantes. Já os negócios e o empreendedorismo podem desempenhar um papel importante na saúde mental, especialmente quando alinhados com paixões e propósitos individuais. Ter a oportunidade de criar e desenvolver projetos pessoais, expressar criatividade e alcançar metas pessoais pode ter um impacto positivo na autoestima, satisfação pessoal e senso de propósito.
No entanto, o uso inadequado da tecnologia pode contribuir para o desencadeamento de comportamentos narcisistas. O transtorno de personalidade narcisista (TPN) é um distúrbio psicológico caracterizado por um padrão persistente de grandiosidade, falta de empatia e busca constante por admiração e atenção.
Os principais sintomas do TPN incluem:
• Sentimento de grandiosidade: autoestima inflada, acreditando que são especiais, únicas e superiores aos outros; e que merecem tratamento privilegiado;
• Falta de empatia: dificuldade em reconhecer e entender as emoções e necessidades dos outros;
• Necessidade de admiração constante: procuram constantemente ser elogiadas e reconhecidas por suas realizações e qualidades;
• Fantasias de sucesso ilimitado: fantasias grandiosas sobre seu sucesso, poder, beleza ou amor idealizado;
• Exploração dos outros: tendem a explorar e manipular as pessoas ao seu redor para alcançar seus próprios objetivos;
• Dificuldade em manter relacionamentos saudáveis e duradouros;
• Sensibilidade à crítica: as críticas são geralmente mal toleradas pelas pessoas narcisistas, pois ameaçam sua autoestima frágil. Para se proteger, elas podem reagir com raiva, desprezo e/ou desvalorização.
As redes sociais, por exemplo, podem se tornar um terreno fértil para a busca por atenção e validação constante, alimentando o ego e promovendo uma cultura de narcisismo online. A exposição constante a uma imagem idealizada de si mesmo e a comparação com os outros nas redes sociais podem intensificar a busca por aprovação e aumentar a preocupação com a imagem pública. Além disso, a facilidade de criar personagens online pode permitir que indivíduos narcisistas manipulem e explorem outras pessoas, seja para obter ganhos pessoais ou para satisfazer seu próprio ego. A falta de empatia e a busca por reconhecimento podem levar a comportamentos destrutivos em ambientes digitais, como o cyberbullying e o trolling (zoar, enganar, tirar sarro, gerar discussão).
O tratamento para o TPN geralmente envolve terapia psicoterapêutica, como a terapia cognitivo-comportamental, que visa desenvolver empatia, melhorar o funcionamento interpessoal e promover uma visão mais realista de si mesmo e dos outros. No entanto, pessoas com esse tipo de transtorno podem ter dificuldade em buscar tratamento, pois tendem a acreditar que não têm problemas ou que os problemas estão nos outros.
É importante ressaltar que nem todas as pessoas que usam a tecnologia e as redes sociais são narcisistas e nem todas as pessoas com TPN se envolvem em comportamentos prejudiciais online. No entanto, a tecnologia pode oferecer oportunidades e meios para que os comportamentos narcisistas se manifestem e sejam reforçados. É crucial promover o uso responsável da tecnologia, educar sobre os impactos negativos do cyberbullying e incentivar interações online saudáveis e respeitosas. Na nossa próxima matéria irei falar sobre as mães narcisistas e o quanto esse transtorno vem causando sofrimento para muitas crianças, adolescente e adultos.
Résia Silva de Morais, CRP-MG 04/31203;
Doutoranda em Ciências – UFU;
Prof.ª. Psicóloga Clínica em TCC e Psicopedagoga - UFU;
Especialista em Terapia de Casal, Família e Hospitalar;
Mestre em Psicologia da Saúde – UFU
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